Incorporo em qualquer lugar: será mesmo?
Será mesmo?
Fico de cabelo em pé quando alguém vem me contar que um parente começou a incorporar espíritos nos lugares e nos momentos mais inapropriados.
Eu mesmo já presenciei amigos “mediunizados” querendo dar conselho em festa de aniversário, pizzadas e até em almoços de sábado na Praça Benedito Calixto. Obviamente minha reação é a mais cética possível. Viro as costas para não me envolver em circo. Não se trata de desrespeito para com o outro, mas uma razão óbvia: nenhum mentor, nenhum guia se presta a tal papel ridículo. Enquanto mestres sabem, melhor do que ninguém, a respeitar o médium, a perceber os momentos certos para se manifestar, prezam acima de qualquer coisa a disciplina e a frequência vibratória de um espaço.
Posso assegurar que fora de reuniões mediúnicas e trabalhos sérios, espíritos de luz não manifestam.
Fica então a pergunta: O que os indivíduos incorporam?
Bem, depende do caráter e da sintonia dessas pessoas. Pode até ser mistificação pura e simples até espíritos zombeteiros, sem esquecer, é claro, do animismo – quando alguma subpersonalidade ou o inconsciente da pessoa vem à tona.
Eu até compreendo o medo e a antipatia de muitas pessoas para com as religiões mediúnicas – kardecismo, umbanda, candomblé. Muitos desavisados tiveram o desprazer de trombar com charlatães e médiuns sem nenhum preparo, equilíbrio ou boas intenções.
A mediunidade é uma faculdade que deve ser estudada, aprimorada e posta a serviço do Bem Maior. Não importa o que dizem, mediunidade é um dom divino que não pode ser cobrado e que merece todo o respeito.
É a prova da imortalidade da alma e, mais do que isso, do potencial ainda desconhecido do ser humano. Precisamos tratar dessa dádiva como um tesouro. E com tesouro não se faz palhaçada.