Natal: a simbologia do dia 25 de dezembro
Quase todo mundo já sabe que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro. Muita gente também se queixa do excesso de comércio em torno da festa e crê que a escolha do período se dê por conta do 13º salário. A maior parte das pessoas também não compreende os símbolos natalinos, como a troca de presentes e a árvore de Natal. Raras são as pessoas que conhecem a razão de se celebrar o aniversário do Messias nesta data.
Até a Idade Média, o nascimento do Cristo foi comemorado em 6 datas distintas, a maior parte das vezes entre fevereiro e março, sob o signo de Peixes, já que o arquétipo pisciano fala muito da mensagem de Jesus: espiritualidade, compaixão, ajuda ao próximo. Procurou-se, através do estudo astrológico, identificar qual seria a data exata do nascimento do Mestre. Como isso não foi possível, a Igreja determinou uma data simbólica.
Muito antes do cristianismo, em diversas culturas sabia-se que era nesse período que acontecia um fenômeno astronômico, o solstício, a noite mais longa do ano no hemisfério Norte. A Terra percorre em 365 dias e algumas horas uma elipse em torno do Sol. O movimento não sendo circular, faz com que a distância da Terra em relação a estrela não seja igual todo o tempo. Daí que duas vezes ao ano, o número de horas do dia e da noite são iguais, os equinócios, e uma vez ao ano a noite fica mais longa em cada um dos hemisférios. No caso do hemisfério sul, por volta do dia 24 de junho, quando se tem os festejos juninos, e a comemoração de São João Batista.
Muitos povos, mesmo não cristãos, amedrontavam-se diante de uma noite mais longa que o habitual. Para muitos era a noite em que as trevas dominavam o mundo. Em algumas culturas, as pessoas se presenteavam com velas para espantar as sombras (de onde surge uma explicação para a troca de presentes). Intelectuais da Igreja Católica resolveram então celebrar o nascimento do Cristo na noite mais escura do ano. Para mostrar que Ele seria a luz nas trevas da Humanidade.
O pinheiro, por sua vez, com sua forma triangular-forma geométrica que lembra a trindade- com uma estrela na ponta, simboliza a árvore da vida e o caminho até a Luz.
Celebrar, portanto, o Natal tem a ver com a lembrança de que as trevas são relativas e sempre surge a Divindade para iluminar os caminhos quando se parecem sombrios. O Natal não é apenas a celebração do nascimento do Cristo, é também festejar a existência da luz e a certeza que nenhuma escuridão é para sempre, já que o dia, sempre virá. E mesmo nas épocas sombrias há uma estrela que nos guia, iluminando nossos passos.
Feliz Natal!
Ricardo Hida, Akindémi